"O grande mal de todos os tempos é o de almejar fortuna para o interesse pessoal”, diz bispo de Guarabira em missa dominical

Dom Aldemiro celebrando missa na manhã de domingo na Catedral de Nsa. Sra. da Luz (Foto: Arquivo / Pascom).
Na manhã desse domingo (17), durante a celebração da Santa Missa na Catedral Nossa Senhora da Luz, em Guarabira, Dom Aldemiro Sena dos Santos, o bispo Diocese de Guarabira, meditou em sua homilia um trecho do capítulo 6 do evangelho de São Lucas, conforme proposto pela Sagrada Liturgia.

Dom Aldemiro lembrou que as bem-aventuranças constituem um novo programa de vida para se livrar dos falsos valores do mundo e abrir-se aos verdadeiros bens presentes e futuros. Para o bispo, quando Deus conforta, sacia a fome de justiça, enxuga as lágrimas dos que choram, isso significa que, além de recompensar cada um de forma sensível, abre também para os que passam por estas provações, o Reino do Céu.

Em suas palavras, Dom Aldemiro enfatizou que as bem-aventuranças iluminam as ações e atitudes que caracterizam a vida cristã e exprimem o que significa ser discípulo de Cristo. “Os evangelhos são, do início ao fim, uma demonstração da mansidão de Cristo, em seu duplo aspecto de humildade e de paciência. Ele mesmo se propõe como modelo de mansidão para nós”, destacou.

O bispo pontuou que o texto bíblico nos mostra que Jesus, dirigindo o olhar aos seus discípulos, diz: “Bem-aventurados os pobres… bem-aventurados vós, que agora tendes fome… bem-aventurados vós, que chorais… bem-aventurados vós, quando os homens… desprezarem o vosso nome”.   Após as quatro menções aos “bem-aventurados vós”: os pobres, os famintos, os que choram e os que sofrem insultos por causa de Jesus, temos também quatro “ais”: ai de vós os ricos, ai de vós os que têm fartura, ai dos que riem e ai dos que são elogiados. Como afirma Jesus, tudo irá inverter no final dos tempos: os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”.

Jesus diz inicialmente: “Bem-aventurados vós os pobres, porque vosso é o Reino de Deus”.  A palavra grega usada por São Lucas para “pobres” traduz certos termos hebraicos que, no Antigo Testamento, definem uma classe de pessoas privadas de bens. São os desprotegidos, os pequenos, as vítimas da injustiça, que com frequência são privados dos seus direitos e da sua dignidade. Por isso, eles têm fome, choram, são perseguidos. Ora, serão eles, precisamente, os primeiros destinatários da salvação de Deus, que, na sua bondade, quer derramar sobre eles a sua bondade, a sua misericórdia, a sua salvação. Depois, a salvação de Deus dirige-se prioritariamente a estes porque eles, na sua simplicidade, humildade, disponibilidade e despojamento, estão mais abertos para acolher a proposta que Deus lhes faz em Jesus.

Para Dom Aldemiro o grande mal de todos os tempos é o de almejar a fortuna para um interesse pessoal e não para melhor servir a Deus. Sob esse prisma, não vem ao caso ser rico ou pobre, porque o primeiro desprezará o segundo, este invejará o outro e ambos incorrerão na sentença contida no versículo 24: “Mas ai de vós, os ricos, porque tendes já a vossa consolação”. Segundo o bispo, os pobres em bens, podem ser ricos na fé, como dizia o apóstolo São Tiago: “Não escolheu Deus os pobres deste mundo para que fossem ricos na fé e herdeiros do Reino prometido por Deus aos que o amam?”. A verdadeira riqueza que torna os pobres bem-aventurados é o Reino de Deus.

Os pecadores encontram sua falsa felicidade na transgressão da lei de Deus. A estes adverte Jesus severamente, porque no dia do Juízo hão de chorar sua condenação eterna: “Ai de vós, os que agora rides, porque gemereis e chorareis”. Ademais, ainda nesta terra, apesar de sua aparente alegria, vivem de tristeza, pois a consciência continuamente os acusa de suas faltas. Ao prazer decorrente do pecado sempre se segue o remorso pela falta cometida.  Mas aqueles que choram de arrependimento pelos próprios pecados, já encontram, na sua contrição, consolo e felicidade. A experiência nos ensina que o arrependimento traz alegria, e é fruto da graça de Deus.

Por fim, Dom Aldemiro pediu: “lancemos uma vez mais o nosso olhar para a Virgem Maria, aquela que todas as gerações a proclamam de “bem-aventurada”, porque acreditou na boa nova que o Senhor lhe anunciou. Que ela, mãe de Deus e nossa, interceda por cada um de nós e nos faça trilhar, todos os dias, com o coração dilatado, o caminho das bem-aventuranças. Assim seja.

Pascom – Pastoral da Comunicação

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