Cesare Battisti desembarca na Itália; entenda o caso e veja o vídeo

Ex-ativista ficará preso em Roma. Fugiu do Brasil e foi preso na Bolívia. Foi condenado à prisão perpétua em 1993. 
Cesare Batisti desembarcando em Roma. 
O ex-ativista Cesare Battisti, 64 anos, desembarcou no aeroporto de Ciampino, em Roma, na Itália, por volta de 11h40 (horário local, 8h40 no horário de Brasília) nesta 2ª feira (14.jan.2019). Ele desceu do avião sem algemas e escoltado por policiais.

Battisti foi preso em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, na madrugada deste domingo (13.jan) e extraditado pela Bolívia diretamente para a Itália.

Assista ao vídeo:



É um ativista político italiano acusado de terrorismo. Na década de 70, foi sentenciado pelo assassinato de 4 pessoas, mas diz que é inocente. Em 1993, foi condenado a prisão perpétua na Itália.

Estava foragido no Brasil e durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) recebeu asilo político. Em dezembro de 2018, teve decretada prisão imediata, pelo ministro Luiz Fux, do STF. No dia seguinte, o então presidente Michel Temer (MDB), decidiu extraditar Battisti.

Após a decisão, o ex-ativista fugiu do Brasil e só foi encontrado no domingo (13.jan) na Bolívia.

Nesta 2ª feira (14.jan), foi recebido em Roma por agentes do grupo operativo móvel da polícia penitenciária, que o acompanharão até a prisão de Rebibbia, na capital italiana. O ministro do Interior, Matteo Salvini, e o ministro da Justiça, Alfonso Bonafede, estavam presentes.

PROMESSA DE BOLSONARO E EXTRADIÇÃO PELA BOLÍVIA
A extradição de Battisti era uma das promessas de campanha do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Em abril de 2018, o Poder360 já havia adiantado a questão.

Em outubro, Bolsonaro disse diversas vezes no Twitter que um de seus compromissos era “extraditar o terrorista Cesare Battisti, amado pela esquerda brasileira” em caso de vitória. O post foi feito inclusive em italiano.

Depois que Battisti foi preso, Bolsonaro saudou, pelo Twitter, os responsáveis pela prisão. No texto, o militar reformado diz que o ex-ativista era 1 “companheiro de ideais” do PT e comemora: “finalmente a justiça será feita ao assassino italiano”.

Em 13 de dezembro, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, determinou a prisão imediata do ex-ativista Cesare Battisti. No dia seguinte, o então presidente Michel Temer (MDB), decidiu extraditar Battisti.

O pedido foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Atendendo ao pedido, o ministro autorizou que a Polícia Federal –que representa a Interpol no Brasil– a prender Battisti, com base nos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, o que permitirá o “reexame da conveniência e oportunidade de sua permanência no país”.

Após o pedido de prisão imediata, Battisti fugiu do Brasil e foi considerado foragido. Foi encontrado no domingo (13.jan) na Bolívia e teve sua extradição negociada diretamente pela Bolívia com a Itália, sem participação do governo brasileiro.

QUEM É CESARE BATTISTI
O italiano era ativista do Partido Proletariado Comunista quando foi condenado pela Justiça italiana. Viveu como fugitivo por 30 anos, antes de chegar em 2004 ao Brasil.

Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), o Brasil concedeu asilo a Battisti. Em 2010, a Itália pediu a extradição, aceita pelo STF, mas negada pelo então presidente da República.

Em 2017, a Itália pediu ao presidente Michel Temer a revisão da decisão. O emedebista abriu 1 processo administrativo sobre o caso.

A defesa do ex-ativista entrou, em setembro de 2017, com 1 pedido de habeas corpus preventivo no Supremo para evitar a extradição. Argumenta que, pelo princípio da segurança jurídica, a decisão de Lula é “insindicável”.

Poder360

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