Junho de 2013 ↔ Outubro de 2018; por Professor Antônio Souza

ARTIGO POLÍTICO - Naquela ocasião (Junho de 2013), O Brasil foi sacudido por retumbantes e barulhentas manifestações populares. A então Presidente da República era a Dilma Rousseff e o governador de São Paulo era o Geraldo Alckmin. Especialmente nas grandes cidades, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, os protestos eram mais evidentes. Os motivos daqueles movimentos eram muito difusos e de difícil compreensão. A indignação era indefinível até para os mais laureados analistas políticos.

Pesquisas de opinião apontaram uma queda espetacular de prestígio e popularidade de Dilma e Alckmin, entretanto, no ano seguinte (2014) Dilma foi reeleita para mais um mandato de quatro anos e o Alckmin também. Saíram aparentemente ilesos daquele processo e diziam os comunicadores da grande imprensa, aos quatro cantos, que o gigante havia acordado (?).

Isso deixou os grandes caciques da política brasileira muito mal acostumados e, por isso, se acomodaram com a velha máxima de que o povo brasileiro é pacífico, é pacato, é ordeiro e tem memória curta. Ocorre que nenhum fato histórico relevante e nenhum outro evento histórico acontecem apenas e tão somente naquele dia registrado nos anais e nos manuais de História. A História é, antes de tudo, um processo, um processo dialético.

O resultado das urnas nestas eleições de 2018 revelou muitas “surpresas”, exemplos: Toda aquela arrogância peculiar e marca registrada do ex-todo poderoso governador do Paraná, Roberto Requião, foi para a lata do lixo da História; Beto Richa e Marconi Perillo ex-governadores respectivamente do Paraná e de Goiás, não se elegeram Senadores pelos seus estados e olha que estavam em disputa duas vagas para cada unidade da federação; Dilma Rousseff por Minas Gerais; Eunício Oliveira pelo Ceará, então Presidente do Congresso Nacional; o que parecia eterno Romero Jucá de Roraima; Lindenberg, fiel escudeiro do lulopetismo do Rio de Janeiro; Tião Viana do Acre; Garibaldi Filho (húi) do Rio Grande do Norte; Magno Malta do Espírito Santo, que deve está muito arrependido de recusar o convite para ser Vice do Bolsonaro; Edison Lobão e o filho de Sarney,no Maranhão; Cássio Cunha Lima da Paraíba (quem diria?) e outros. Ao que parece trata-se, portanto, de um fenômeno nacional e não localizado.

Estamos vivendo agora os ecos de junho de 2013. A meu ver, não há como separar 2018 de 2013. O que falta à classe política brasileira é “ler” bem e entender as mensagens do eleitorado a cada pleito e buscar responder satisfatoriamente a vontade soberana do povo. Do contrário, é remar contra a maré e pagar o preço da derrota, da desilusão e do ostracismo.  

Tenho dito!
Antonio José de Souza
Professor, historiador e bacharel em Direito

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