As três razões que levaram Ricardo Coutinho a permanecer no Governo - por Helder Moura

ARTIGO - Quando a chamada mídia chapa branca começa a afirmar que a permanência do governador Ricardo Coutinho no trono foi um gesto de desprendimento, é preciso ter cautelas. Normalmente, como tem se visto nos últimos tempos, a leitura pode ser exatamente o contrário. Ou seja, quando a Comunicação do Governo propala uma coisa, então pode ser outra.

É bem possível, meu caro Paiakan, que o governador tenha sido motivado por três razões fundamentais para ficar aboletado no poder. A primeira delas, bem óbvia, a sua desconfiança em relação à vice, Lígia Feliciano. Estava claro, inclusive pela própria mídia engajada, que não havia salubridade na relação do governador com a vice. Talvez nunca tenha tido.

Depois, porque, permanecendo empoleirado no poder, o governador tem a seu favor o peso da máquina, para viabilizar a candidatura de João Azevedo. É fora de questão que sua saída deixaria Azevedo muito fragilizado, até porque muitas lideranças, especialmente deputados estaduais, já estavam ensaiando nos bastidores uma debandada. E isso não era surpresa para o governador.

Por último, porque Ricardo Coutinho, claramente, não consegue se desapegar do poder. Foram inúmeras as demonstrações. Chegou a dizer, por exemplo, em determinada oportunidade que não entregaria o Governo a qualquer um. Seu apego ao poder, que usa com todo o vigor, até com abuso,  segundo o Tribunal Regional Eleitoral, que o condenou por conduta vedada. Algo até patológico.

Resultado: a oposição precisa se ligar. Há o risco do governador usar a máquina, como já fez, ainda segundo o TRE, em eleições passadas, para viabilizar seu projeto eleitoral.

Nem tudo são flores – Permanecendo no poder, no entanto, o governador abre mão de disputar uma senatória, para o qual era favorito, e corre o risco de ser cassado, se não pelo TRE, por óbvias razões, mas pelo Tribunal Superior Eleitoral, onde já existem duas AIJEs (Fiscal e PBPrev) na agulha, com pesados pareceres da Procuradoria-Geral da República que advogam sua cassação.


Blog do Helder Moura
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