Dono da JBS gravou Temer dando aval à compra de silêncio de Cunha, diz O Globo

Michel Temer (Foto: Ueslei Marcelino / Reuters). 
Joesley Batista, um dos controladores do frigorífico JBS, gravou o presidente Michel Temer dando aval à compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha, disse o jornal O Globo em seu site nesta quarta-feira.

De acordo com o jornal, a gravação feita por Joesley é parte de declaração que os controladores da JBS deram à Procuradoria-Geral da República em abril.

A assessoria de impresa da Presidência não estava disponível para comentar, assim como assessores próximos do presidente, que estavam reunidos com ele.

Procurada pela Reuters, a JBS não comentou de imediato a matéria de O Globo.

De acordo com o jornal, na conversa gravada por Joesley com Temer, o dono da JBS conta a Temer que pagava a Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro, um dos operadores presos na Lava Jato, para que ficassem calados. Os dois estão presos. De acordo com o jornal, ao receber a informação de Joesley, Temer respondeu: "Tem que manter isso, viu?"

No Congresso, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) anunciou que a bancada do partido vai se reunir para discutir os termos de um pedido de impeachment contra Temer. E o deputado Alexandre Molon (Rede-RJ) informou que já protocolou um pedido de impeachment.

AÉCIO

O Globo também afirmou que o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), foi gravado pedindo 2 milhões de reais a Joesley "numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal".

A PF teria rastreado o caminho desse dinheiro e teria descoberto que ele foi depositado em uma empresa do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), aliado de Aécio.

Joesley também afirmou, de acordo com O Globo, que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega era seu contato no PT e era com ele que tratava das propinas a serem distribuídas a petistas e aliados. Mantega também operaria os interesses da JBS junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

(Por Eduardo Simões, em São Paulo, e Lisandra Paraguassu e Maria Carolina Marcello, em Brasília)

Reuters Brasil
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