Trabalhadores da CAGEPA paralisam atividades nesta sexta (19); tentativa de retirada de direitos é um dos motivos do protesto

Na próxima sexta-feira, dia 19, os trabalhadores da Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (CAGEPA) estarão paralisando suas atividades. A decisão de parar as atividades ocorreu em assembleia da categoria no dia de ontem, após mesa redonda entre a empresa e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (STIUPB), que representa os trabalhadores da Companhia em todo o Estado, com exceção da cidade de João Pessoa.

A paralisação terá a duração de 24 horas, tendo início às 7 horas da manhã da sexta-feira. Os trabalhadores denunciam a tentativa de retirada de direitos históricos da categoria por parte da direção da empresa, além da ameaça de privatização.

A mesa redonda, ocorrida na tarde de ontem (15) na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), em João Pessoa, terminou sem acordo. A CAGEPA, para surpresa dos trabalhadores, se negou a continuar a negociação, dizendo não ter mais propostas a apresentar. Esta mesa redonda estava prevista para acontecer no último dia 4 e os trabalhadores já ameaçavam fazer paralisação caso não houvesse avanços na negociação.

O diretor Administrativo e Financeiro da CAGEPA, Jorge Gurgel, disse, na frente de cerca de duzentos trabalhadores que lotaram as dependências da SRTE, que a empresa “está trazendo a melhor proposta” reafirmando que a empresa encontra-se no limite financeiro. A proposta de reajuste da empresa foi de 9,83%, representando o índice inflacionário do período de maio de 2015 a abril de 2016, dividido em parcelas que só serão finalizadas em abril do ano que vem.  

Segundo o sindicato, o motivo principal para o impasse na negociação é a tentativa de retirar direitos históricos dos trabalhadores. “Não bastasse uma proposta de reajuste, aquém do que a empresa pode oferecer, a retirada direitos representa o maior retrocesso da história dos mais de 50 anos da CAGEPA” disse Adriano Teixeira, presidente do STIUPB.

Direitos como o auxílio transporte e o adicional de insalubridade, protegidos pela legislação trabalhista estão sendo ameaçados na proposta oferecida pela empresa. Além disso, a empresa propõe aumentar a jornada de trabalho. “Aí reside o impasse principal. Esta proposta da CAGEPA, além de imoral, é ilegal. Nós não vamos aceitar um acordo que ponha em risco a vida do trabalhador” disse o presidente do STIUPB. Segundo ele, mesmo com a negativa da empresa em negociar com a categoria, o sindicato continuará buscando o diálogo e irá solicitar a intervenção do Ministério Público do Trabalho para que a empresa volte a negociar.

A paralisação no próximo dia 19 (sexta-feira) tem caráter de advertência e os trabalhadores não descartam a possibilidade do início de uma greve por tempo indeterminado, caso a empresa não volte atrás na decisão de não mais negociar. (De Ascom STIUPB)


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