O professor e as ameaças de violência no ambiente escolar – por Amália Ribeiro

| ARTIGO |
Ao pesquisar no Google temas como “violência contra”, de modo automático, o navegador logo sugere uma lista de complementos. Dentre as sugestões de complemento, surpreende-nos aparecer em segundo lugar a expressão “o professor”, ficando certa que a “violência contra o professor” é uma das mais visíveis na sociedade. Desta forma, entende-se que as pesquisas ao tema relacionado vêm crescendo demasiadamente. Mas, ficamos a pensar: por que tanta violência contra o profissional que tem a missão de nortear os alunos a seguirem em frente e terem sucesso na vida pessoal e profissional?
Talvez, nós não tenhamos a resposta correta para tais acontecimentos, no entanto, um aspecto chama bastante a atenção que é o papel da família nessas situações.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), mais conhecida como LDB, afirma que a educação é dever da família e do Estado. Neste contexto, entendemos que o Estado vem em segundo plano auxiliando a família na luta cotidiana. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069/90), conhecida como ECA, afirma que é dever da família, da comunidade e da sociedade em geral a educação da criança e do adolescente. Percebam que em primeiro plano novamente vem a família como fator primordial à educação das crianças e dos adolescentes.
Assim, observamos que a escola não tem o papel único e exclusivo de educar os filhos dos pais. Esta ação é inerente à família, aos pais. O que compete à escola é ajudar nessa ação de educar, complementando e auxiliando os responsáveis nessa árdua batalha diária de direcionar as crianças para o bom caminho, dando-lhes todo o apoio necessário para enfrentar os obstáculos da vida. No entanto, o que temos observado é o descompromisso de muitos pais na educação de seus filhos, deixando a cargo da escola uma tarefa que é função deles.
A família tem o dever de educar suas crianças, orientando, e não as deixando ter a impressão que são “os donos do pedaço”, que tudo podem e que tudo é permitido. E isto não quer dizer que não tem que ter amor. O amor é o fator mais importante na hora de orientar os infantes.
Quanto à escola, a mesma é responsável pela a escolarização das crianças, como afirmamos antes, complementando a educação delas, contemplando um tempo determinado de quatro ou sete horas, onde as crianças permanecem dentro de uma sala com trinta ou quarenta crianças, e, absorvendo conteúdos técnicos de diversas áreas como as de linguagens, geo-história e exatas, além dos conteúdos conceituais e procedimentais.
Então como os profissionais da educação podem educar crianças que passam tão pouco tempo na escola, e que além desses fatores têm que cumprir um programa para não deixar que os alunos se prejudiquem ao final de cada ano letivo? Difícil responder, pois, se a família não cumpre seu oficio, tão pouco a escola irá conseguir o seu.
Quando a família não cumpre seu papel de autoridade diante dos filhos, a escola tem dificuldade em realizar o seu, e o que surgem são atos de violência contra os professores porque eles irão praticar sua autoridade dentro de sala de aula ao pedir a tarefa, ao pedir concentração, participação e também silêncio, vão exigir atitudes dos alunos, e eles não vão querer realizar os seus ofícios de estudar e realizar o que é de sua obrigação. E como alguns não têm isso em casa, de obedecer a autoridade máxima do ambiente, consequentemente, não irão seguir as regras escolares, e o que acarretará é o surgimento de atitudes violentas que, de forma alguma, é demonstrado por atos de agressão contra os professores.
Nesse momento, em que observamos que a violência contra os profissionais da educação vem aumentando, a escola também não deve e nem vai ser omissa. Cabe à escola ter o importante papel de orientar as crianças que nelas estão e também os pais na educação desses, uma vez que eles parecem estar meio perdidos em sua missão de
educar os seus entes mais queridos, os filhos. Lembrando que educar e ter autoridade
diante dos filhos não quer dizer, como afirmado antes, que não tem que haver amor e atitudes que demonstrem sentimento familiar. Tem que haver sim e sempre. Até porque a melhor educação está cercada do ‘sim’ e também do ‘não’.

Amália Kelly Souza Ribeiro 
Graduada em Pedagogia e em Administração Pública; Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e em Gestão Pública.
Pedagoga na Secretaria Municipal de Educação de Guarabira.
 

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