Empresas que aderirem, por meio de acordo coletivo, poderão reduzir jornada e salários em 30% em vez de demitirem; governo vai complementar o restante dos salários com recursos do FAT.
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₢ Divulgação.
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Até
maio, foram fechados 240 mil postos de trabalho no país. Com o objetivo de
evitar demissões dos trabalhadores por empresas em dificuldades financeiras, em
especial a indústria, o governo federal criou, por meio de medida provisória
(MP), o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que vai permitir a redução
temporária da jornada de trabalho e de salário em até 30%.
A
MP foi assinada na tarde desta terça pela presidente Dilma Rousseff, após
encontro com ministros e representantes de centrais sindicais. Embora passe a
valer imediatamente com força de lei, a proposta será analisada e precisa ser
aprovada pelo Congresso Nacional. A medida prevê que a União complemente metade
da perda salarial por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador. O Programa valerá
até o dia 31 de dezembro de 2016, e o período de adesão das empresas vai até o
fim deste ano. Para definir quais setores e empresas estarão aptos a participar
do PPE, o governo também criou um grupo interministerial que vai divulgar
informações sobre os critérios, com base em indicadores econômicos e
financeiros.
O
governo estima que o programa terá um impacto fiscal de 26,9 milhões e 67,9
milhões de reais em 2015 e 2016, respectivamente. Os gastos com o programa,
avalia o governo, seriam compensados com a economia no pagamento do
seguro-desemprego, benefício que também é bancado pelo FAT. É preciso cautela,
no entanto, na leitura dessas estimativas, pois o impacto real da medida
depende de as empresas de fato considerarem viável ou vantajoso aderir ao
programa.
A
adesão certamente vai requerer estudos mais aprofundados pelas empresas, uma
vez que, de acordo com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência,
Miguel Rossetto, elas não poderão demitir nenhum funcionário enquanto
participarem do programa, proibição que se estende por pelos dois meses
seguintes ao fim da adesão.
As
empresas poderão aderir ao programa por seis meses, prorrogáveis por mais seis.
O anúncio foi feito no início da noite por Rossetto e outros dois ministros, ao
lado de representantes de centrais sindicais, no Palácio do Planalto. "É
mais importante usar recursos públicos para manter o emprego do que para
custear o desemprego. É um programa ganha-ganha, orientado claramente para
manutenção do emprego em um período de crise", afirmou Rossetto,
acrescentando que o programa é aberto para qualquer setor da economia que tenha
redução de emprego e renda. (Veja)
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