Despesas
do Tesouro superam as receitas em R$ 17,2 bi no último ano do 1º mandato de
Dilma
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presidente Dilma (Foto: Divulgação/Extra) |
Até
setembro, equipe dizia ser possível fazer superavit de R$ 80,8 bi; neste ano,
meta é economizar R$ 55,3 bi
¬ A
presidente Dilma Rousseff fechou o último ano do primeiro mandato com um rombo
nas contas do governo.
As
despesas do chamado governo central (Tesouro, BC e Previdência) com pessoal,
programas sociais, custeio e investimentos superaram as receitas em R$ 17,2
bilhões.
Com
o impulso do calendário eleitoral, os gastos foram acelerados e chegaram a R$
1,031 trilhão; já a arrecadação, prejudicada pela fragilidade da economia e por
medidas de alívio tributário, ficou em R$ 1,014 trilhão.
O
governo teve de tomar dinheiro emprestado para cobrir compromissos cotidianos e
obras de infraestrutura --em economês, houve deficit primário, de 0,3% do PIB.
Trata-se
do primeiro deficit do gênero apurado pelo Tesouro desde 1997, quando teve
início a série histórica.
Com
outra metodologia, o Banco Central apontou um pequeno resultado negativo no
caixa federal naquele ano.
Ainda
mais sem precedentes é o contraste entre os números e a meta anunciada pela
administração petista: até setembro, a equipe de Dilma sustentava que seriam
poupados R$ 80,8 bilhões --um superavit primário-- para o abatimento da dívida
pública.
CRISE
GLOBAL
Chegou-se
ao ápice de um processo de deterioração das contas públicas iniciado em 2009,
quando o governo Lula enfrentou a crise global com aumento de gastos, redução
de impostos e mais empréstimos nos bancos públicos.
Reeleita,
Dilma declarou que a estratégia --cujas consequências incluem alta da inflação
e do deficit nas contas externas-- chegou ao limite.
Isso
significa uma ameaça à expansão de despesas como Previdência, Bolsa Família,
Minha Casa, Minha Vida e investimentos em infraestrutura, que têm puxado o
desequilíbrio orçamentário.
A
nova equipe econômica já anunciou elevações de impostos, cortes no custeio e
restrições à concessão de benefícios como pensões, seguro-desemprego e abono.
Ainda
assim, permanecem dúvidas quanto à promessa de poupar R$ 55,3 bilhões neste
ano, para conter a escalada da dívida pública.
Como
informou o secretário do Tesouro, Marcelo Saintive, o governo herda R$ 226
bilhões em despesas pendentes de anos anteriores. Parte poderá ser cancelada,
mas há gastos, como subsídios represados aos bancos públicos, que terão de ser
executados.
Ele
evitou críticas à gestão anterior, mas disse que a Fazenda trabalhará com
"transparência, tempestividade e cumprimento de regras" para
"recuperar a credibilidade". (Fonte: Folha de São Paulo)
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